Guia de bolso. Parte 2: Modalidades de Investimentos

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Eu preciso escolher em quais ativos vou investir ou posso terceirizar essa função? Como posso saber qual retorno vou obter investindo em uma ação? Se eu investir R$ 500 reais hoje, quanto vou receber ao final de 2 anos?

No segundo post da série Guia de Bolso sobre Investimentos vamos passear pelas duas principais categorias de aplicações financeiras para tentar esclarecer quais são as principais diferenças entre os investimentos individuais e coletivos e entre os investimentos de renda fixa e renda variável.

Vamos lá!

Principais categorias de investimentos

No primeiro post dessa série vimos que investir significa aplicar determinado capital com o objetivo de obter lucros. A dúvida agora é a seguinte: quero obter lucros, mas exatamente no que vou aplicar o meu capital?

Antes de explorar os instrumentos de investimentos existentes no mercado financeiro, primeiro é importante fazer duas distinções: investimentos individuais versus investimentos coletivos e instrumentos de renda fixa versus instrumentos de renda variável.

Investimentos Individuais versus Coletivos

Os investimentos individuais são aqueles em que o próprio investidor escolhe quais ativos deseja inserir na sua carteira, negociando seus preços, taxas e riscos de maneira individual.

A principal vantagem desses instrumentos é a liberdade que o investidor tem para decidir por si mesmo quais são as melhores opções para compor a sua carteira. Essa liberdade, porém, é acompanhada da responsabilidade de conhecer bem cada um dos títulos, ações ou derivativos que serão adquiridos.

Já os investimentos coletivos são aqueles em que um gestor, como o de um fundo de investimento, é o responsável por decidir toda a estratégia de aplicação para uma determinada carteira, o que inclui quais ativos serão comprados ou vendidos e quais são os riscos de cada operação.

Para assumir essa responsabilidade, o gestor poderá cobrar uma taxa de administração dos cotistas daquele fundo, de modo a remunerá-lo por todo o trabalho de escolha e gestão da carteira. Além disso, também poderá haver incidência de uma taxa de performance, caso o fundo ultrapasse a remuneração de determinado índice. Assim, essa é uma boa opção para aqueles que querem deixar a escolha dos seus investimentos para um profissional, mas é preciso levar em conta os custos dessa terceirização.

Instrumentos de Renda Fixa versus Renda Variável

Tanto os investimentos individuais quanto os coletivos podem ser de renda fixa ou de renda variável.

Serão de renda fixa quando a sua rentabilidade puder ser prevista a partir de um percentual pré-fixado (por exemplo, um título do tesouro direto que rende 4,39% a.a.) ou a partir de um índice pós-fixado (por exemplo, um título do tesouro direto que rende Selic + 3,48% a.a.).

Por outro lado, serão de renda variável quando a sua rentabilidade não puder ser antecipada com tamanha clareza. Esse é o caso dos investimentos em ações de empresas, cujo retorno depende de uma série de fatores: expectativas em relação a geração de caixa, possibilidade de falência, entrada de novos concorrentes no mercado de atuação, entre outros.

Retorno esperado dos instrumentos de investimentos

A boa notícia é que você pode possuir diversos tipos de investimentos na sua carteira. Um único investidor pode comprar fundos de investimentos coletivos na plataforma de uma corretora, ao mesmo tempo em que adquire títulos públicos individuais no site do tesouro direto e que faz ofertas em ações através do seu home broker.

Se, por um lado, isso é bom pois permite a diversificação e consequentemente a dissolução dos riscos envolvidos em cada operação, por outro lado faz surgir aquela insegurança: qual será a melhor opção para o meu perfil como investidor? Com qual tipo de produto vou ficar mais satisfeito?

Para responder essas perguntas, vamos dar uma olhada em um gráfico que mostra o retorno e o risco de alguns dos principais tipos de aplicações nos Estados Unidos caso US$ 1 tivesse sido investido entre 2010 e 2019:

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Fonte: IBBOTSON, Roger G.; HARRINGTON, James P. Stocks, Bonds, Bills, and Inflation: 2020 Summary Edition. CFA Institute.

Esse gráfico nos mostra alguns pontos chaves sobre a escolha de um investidor. Como podemos ver, a linha vermelha pontilhada (U.S. Treasury Bills) é a que possui o menor retorno, de 5% em nove anos.

Esse investimento seria o correspondente a algum título de renda fixa que possui o governo como contraparte (vamos ver adiante o que isso significa, mas, por enquanto, guarde isso: você está emprestando dinheiro para o governo, que dificilmente te dará um calote). No primeiro post da série aprendemos que, em Finanças, o risco é uma medida de incerteza de determinado investimento. Agora vamos aplicar esse conhecimento no mundo real: veja como a linha é pouco volátil e quase uma reta, isso quer dize que o risco desse investimento também é baixo!

Por outro lado, a linha vermelha lisa (Large-Cap Stocks) e a rosa lisa (Small-Cap Stocks) representam as carteiras formadas por investimentos em ações, ou seja, renda variável. Diferentemente do primeiro caso, aqui temos um maior retorno. Por exemplo, se você tivesse investido US$ 1 em empresas grandes da bolsa norte-americana em 2010, teria recebido US$ 3.57 nove anos depois, o que equivale a um retorno de 257%.

Definitivamente o retorno foi maior do que o investimento em títulos do governo, mas, ao mesmo tempo, perceba como ambas as linhas são bem mais voláteis. Isso significa que os investimentos em ações, por terem um maior retorno esperado, possuem, também, um risco maior do que os investimentos em títulos públicos.

Mas, afinal, no que devo investir?

Analisando o gráfico anterior fomos capazes de ilustrar um conceito importante para todos aqueles investidores que estão começando no mercado financeiro:

Quanto maior o risco de um investimento, maior será o seu retorno esperado

Com esse conceito em mente, a partir daqui poderemos explorar os diferentes instrumentos de investimentos que existem no mercado e que estão disponíveis para os investidores pessoas físicas (ações, fundos imobiliários, títulos públicos, debêntures, CDBs, CRI, CRA, entre outros).

Como vimos, esses instrumentos podem ser adquiridos de forma coletiva (a partir de um fundo de investimentos) ou de forma individual (a partir do próprio site da corretora, banco ou mesmo do governo).

Além disso, eles podem ser de renda fixa, quando o seu retorno puder ser previsto com uma maior clareza, ou de renda variável, quando o seu retorno estiver atrelado às oscilações do mercado e da empresa que o emitiu.

Agora que você já sabe disso, não deixe de acompanhar o blog da Madai. No terceiro post da série Guia de Bolso sobre Investimentos, que em breve estará disponível, vamos apresentar os principais produtos financeiros em que você pode aplicar o seu capital e acabar de vez com as suas dúvidas sobre as vantagens e desvantagens de cada um deles.

Vamos juntos! 🚀

 
 

 
 
 
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