Especial Análise Gráfica. Parte 2: A disputa entre compradores e vendedores.

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No primeiro post do nosso especial de análise gráfica, aprendemos que é possível encontrar oportunidades de compra e de venda em ações a partir de padrões nos movimentos dos preços observados no passado.

Vimos, também, que o mercado não se movimenta em linha reta. Isso significa que os gráficos das ações negociadas na bolsa de valores assumem a forma de um zigue-zague e isso acontece mesmo quando existe uma tendência bem definida.

A nossa missão de hoje é compreender como podemos avaliar a guerra entre os compradores e os vendedores e descobrir qual o melhor momento para comprar as ações de uma empresa.

Regiões de suporte e resistência

Quando o assunto é análise de ações negociadas na bolsa de valores, os dois termos que mais se repetem são "suporte" e "resistência". Mas você sabe o que é isso?

O suporte representa uma região de preços em que há concentração de demanda por parte dos compradores. Ou seja, o preço em que os compradores estão mais ativos do que os vendedores.

Por outro lado, a resistência indica uma concentração de oferta por parte dos vendedores. Isso significa que, nessa região de preços, os vendedores estão atuando com mais intensidade do que os compradores.

Isso significa dizer que, no suporte, os compradores aumentam o preço que estão dispostos a pagar por determinada ação. Por outro lado, na resistência, os vendedores aceitam liquidar suas posições a qualquer preço com o objetivo de se desfazerem das ações que possuem em suas carteiras.

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A pergunta que permanece é: como posso determinar uma região de suporte ou de resistência?

Existem alguns indicadores que podem nos ajudar nessa missão, mas trabalharemos com eles nos próximos posts da nossa série. Hoje vamos focar em alguns conceitos chaves para que você se torne o mestre em identificar os principais conceitos relacionados às regiões de compra (suportes) e às regiões de venda (resistências).

A primeira forma de encontrar essas regiões é identificar as máximas e as mínimas anteriores. O comportamento conjunto dos investidores nos fornece pistas sobre o porquê disso acontecer:

Quando os preços caem, os investidores costumam segurar suas ações e não encerrá-las. Porém, no momento em que os preços voltam à máxima anterior, esses investidores passam a encerrar suas posições. Enquanto isso, os investidores que compraram no preço mínimo começam a colocar o lucro no bolso (esse é o valor máximo que a minha ação pode atingir, eles pensam).

A consequência desse movimento conjunto dos compradores e dos vendedores é a delimitação de uma resistência.

Por outro lado, o suporte pode ter origem quando os investidores percebem que o preço atual da ação é o menor preço que havia sido negociada nos últimos pregões (eles pensam: sempre que chegou a esse preço as ações subiram, então vou comprar).

O suporte é reforçado pelos investidores que estão vendidos a descoberto (ou seja, que ganham quando os preços caem), porque este grupo passa a encerrar suas vendas por entender que aquele é o lucro máximo que pode ser atingido.

Uma segunda forma de encontrar suportes e resistências é observar o comportamento de preços inteiros. O "bola" são preços redondos como R$ 10 ou R$ 50, que costumam ser um referencial para a decisão de muitos investidores. Consequentemente, nessas regiões de preços pode haver concentração de compras ou vendas, dando margem ao surgimento de suportes ou resistências.

Não é por acaso que o rompimento dos 100.000 pontos do Ibov foi um marco. Veja, na imagem abaixo, como o índice brasileiro testou essa região durante várias semanas seguidas antes de finalmente rompê-la.

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Alguns princípios sobre suporte e resistência para ficar de 👀 :

  • Uma máxima ou uma mínima anterior pode se tornar níveis de resistência ou de suporte.
  • Quando um suporte é perdido, ele se torna uma resistência. Quando uma resistência é rompida, ela se torna um suporte.
  • Suportes e resistências são "regiões de preços", o que significa dizer que existe uma margem para que os compradores e os vendedores atuem (por exemplo, uma resistência em R$ 5,50 não significa que apenas nesse valor os vendedores irão executar suas posições, podendo ser em R$ 5,52 ou mesmo R$ 5,48).

Médias Móveis

As médias móveis (MMs) são as médias calculadas a partir dos últimos n preços de determinada ação. A média móvel de 21 dias da Petrobras, por exemplo, é a média dos últimos 21 preços de fechamento das ações PETR4 negociadas na bolsa de valores.

Já que os preços das ações costumam ser bem voláteis, utilizar a MMs pode ser uma excelente alternativa para analisar a sua tendência.

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As MMs podem ser aritméticas ou exponenciais. Aquelas calculadas de forma aritmética são obtidas a partir da soma dos preços de fechamento dividido pela quantidade de observações, que podem ser dias, semanas ou até meses. Já as MMs calculadas de forma exponencial atribuem maior peso aos preços mais recentes.

As MMs são indicadores de tendência. Isso porque elas observam os preços do passado e, a partir disso, indicam se esses preços estão se comportando de forma ascendente (tendência de alta) ou descendente (tendência de baixa).

Porém, é possível utilizar as MMs para identificar mudança na tendência. Por exemplo, quando os preços atravessam as médias, pode haver um indício de que a tendência anterior foi superada. Vale lembrar, contudo, que os gráficos intradiários são mais voláteis e, por esse motivo, utilizar as médias para procurar mudança de tendência em períodos gráficos curtos pode não ser uma boa ideia.

Veja como esse fenômeno pode ser observado no gráfico semanal abaixo. Em um primeiro momento, a ação está em tendência de alta. Em um segundo momento, os candles começam, a tocar várias vezes a média móvel de 80 semanas. Quando esta média de fato é furada para baixo, então os preços chegam a cair 40%.

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Um outro sinal comumente utilizado é o cruzamento de médias. Essa situação acontece quando uma média curta cruza uma média longa. Caso a média curta "fure" a média longa de baixo para cima, significa dizer que a média de preços mais recente foi maior do que a média de preços mais antigos. Ou seja, pode estar havendo uma reversão de tendência em direção a uma alta de preços.

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As médias móveis também podem ser utilizadas para posicionar o stop loss de uma posição em ações. Como pode ser visto nos gráficos acima, as MMs podem ser consideradas como regiões de suporte e resistência. Consequentemente, o stop loss de uma compra pode ser inserido logo abaixo da média móvel. Ou seja, se uma ação perder o preço por onde passa a sua média, é provável que mais quedas estejam a caminho.

Mas como escolher qual o melhor período para calcular a média? Não existe uma resposta certa para essa pergunta. Existem momentos em que as médias mais curtas de 8 a 10 períodos prevalecem, enquanto há outros momentos em que as médias mais longas de 21 a 80 períodos entregam sinais mais robustos. O importante é sempre testar esses parâmetros ao montar a sua estratégia de investimentos.

Porém, quando estamos falando de uma situação em que os preços cruzam as médias, então uma média mais longa costuma ser mais significativa. Por exemplo, os preços cruzarem uma média de 80 dias é um sinal mais forte de reversão de tendência do que o cruzamento de uma média de apenas 8 dias.

Volume

Por ser um indicador independente dos preços, o volume muitas vezes é utilizado para confirmar a tendência ou o sinal de reversão de tendência.

Ao identificar uma tendência, pode ser importante observar se o volume está acompanhando essa movimentação de preços. Isso porque, a teoria econômica nos diz que existe expansão da renda em momentos de mercados ascendentes e contração em momentos de mercado descendentes. Assim, é comum que aumentos nos preços estejam acompanhados de expansão do volume, enquanto quedas nos preços estejam acompanhadas de contrações no volume.

Isso significa dizer que quando os preços estão subindo, mas o volume não está acompanhando esse movimento, pode haver indícios de que a alta seja apenas um movimento temporária. Mas que, na verdade, o mercado ainda não está otimista em relação a ação que está sendo analisada.

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O volume também pode ser utilizado para confirmar um sinal gráfico de reversão de tendência. Por exemplo, um aumento no volume quando os preços rompem a média móvel para cima pode confirmar a reversão de tendência porque indica que, no momento de alta, os investidores estiveram empolgados para comprar mais ações daquela empresa.

Conclusão e Próximos Passos

Estamos avançando nos conhecimentos sobre análise gráfica, já já você vai se tornar um especialista no assunto!

É importante lembrar que nenhum indicador analisado isoladamente é capaz de garantir lucros. Suportes, resistências, médias móveis e volume são indicadores que nos ajudam a entender qual foi o comportamento do mercado no passado e, assim, qual será a tendência para o futuro.

Combinar diferentes sinais e indicadores pode ser uma importante técnica para fazer um melhor diagnóstico da situação das ações que você deseja adquirir.

Nos próximos posts da nossa série especial sobre análise gráfica, vamos explorar mais indicadores, figuras gráficas e padrões de candlestick!

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