Especial Análise Gráfica. Parte 3: Padrões de preços.

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Em continuidade a nossa série especial sobre análise gráfica, hoje vamos aprender alguns padrões clássicos de preços.

Mas, antes de entrarmos nesse assunto, vamos fazer uma retrospectiva do que já vimos até o momento.

👀 A análise gráfica é a busca por padrões que já foram observados em algum momento do passado e que deram início a um movimento de alta ou de baixa. Quando estamos observando um gráfico, devemos procurar por tendências. Essas tendências são formadas pela disputa entre compradores e vendedores, que, guiados pelas suas expectativas em relação aos preços das ações, fazem as suas operações. É possível observar quem está ganhando essa disputa através de três indicadores iniciais: suportes/resistências; médias móveis e volume.

Feita essa revisão, vamos juntar todas essas informações e aprender a identificar e interpretar os padrões de preços nos gráficos (também conhecidos como figuras gráficas).

O que são padrões de preços?

Já vimos que o primeiro passo ao se deparar com um gráfico de ações é procurar por tendências. Mas você deve estar se perguntando: como posso identificar se determina tendência seguirá a mesma pelos próximos dias ou se uma reversão está se aproximando?

É justamente aí que entram os padrões de preços!

Geralmente as tendências gráficas não mudam de uma hora para a outra. Na verdade, elas vão sendo construídas a partir de pequenos movimentos de preços.

Um investidor atento deve buscar por esses momentos de transição para ser capaz de encontrar as melhores oportunidades para comprar ou vender as suas ação.

Os padrões gráficos funcionam como um sinal de alerta e emitem sinais de que algo pode acontecer com as ações se elas continuarem se comportamento de determinada maneira.

Isso significa que, por meio dos padrões gráficos, é possível identificar sinais de manutenção e de reversão de tendência.

Principais padrões de preços

Retângulos

 

Nos retângulos uma faixa horizontal contém todos as cotações de fechamento em determinado período de tempo. Ou seja, os compradores e os vendedores fazem as suas ofertas em um intervalo de preços.

 
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Esse padrão caracteriza bem a "psicologia do investidor". Veja: os investidores sabem que quando os preços atingem determinado preço as ações irão cair e, assim, encerram suas posições no valor máximo atingido nos últimos pregões. Já quando os preços atingem a mínima do intervalo, os investidores compram porque sabem que, depois de atingir aquela cotação, as ações subiram.

Todos os compradores e vendedores se comportam dessa maneira e essa situação se torna quase que uma "profecia autorrealizável".

Porém, quando os compradores se mostram mais fortes na máxima e pressionam os preços para cima, as ações podem romper esse patamar de preços. E, com isso, a "lateralização" pode se transformar em uma explosão de alta.

Esse cenário também pode ser visualizado ao contrário: quando os vendedores pressionam os preços para baixo na mínima, então os preços podem cair com intensidade.

Quando a tendência é de alta e há a formação de um retângulo, chamamos a área em que os preços se movimentam de "distribuição". Por outro lado, quando a tendência é de baixa, há a caracterização de uma "acumulação" de preços.

O retângulo pode ser tanto um padrão de manutenção quanto de reversão de tendência. O mais importante nessa figura é verificar qual foi a região rompida (suporte ou resistência).

Se a tendência era de alta e uma resistência foi rompida, então espera-se que o retângulo indique continuação do movimento ascendente. É como se a lateralização tivesse sido apenas um "respiro" dos compradores.

Por outro lado, se a tendência era de alta e um suporte foi perdido, então espera-se que o retângulo indique reversão do movimento para quedas mais profundas. Nesse caso, a lateralização vai indicar que o cenário de alta já foi superado e, agora, o que prevalece é a força dos vendedores.

Antes do rompimento da resistência ou da perda do suporte não é possível saber se o retângulo indica a continuação ou a reversão da tendência. Porém, o indicado é sempre partir do pressuposto de que a tendência atual será mantida até que os sinais de reversão sejam confirmados.

Por esse motivo, o ideal é agir com bastante cautela antes de comprar uma ação quando a tendência principal é de baixa e um retângulo foi rompido para cima. Pode ser um falso rompimento ou um movimento aleatório que não se sustentará ao longo dos dias.

Uma dica é aguardar o preço de fechamento antes de fazer compras (ou vendas) no rompimento dos retângulos. Isso porque, durante o pregão, muita coisa pode acontecer. Por exemplo, os preços podem romper o máximo de um retângulo e depois voltarem para dentro dele.

💡 Preços de fechamento são mais importantes do que os preços máximos e os preços mínimos porque consideram apenas as posições daqueles que permaneceram comprados ou vendidos de um dia para outro. Além disso, como existem muitas interferências no mercado durante o dia, como notícias inesperadas, máximas e mínimas pode representar apenas pontos aleatórios no gráfico.

Outro aspecto que devemos sempre levar em consideração para a consistência das nossas operações é: quanto maior o tempo que um retângulo demora para ser formado e quanto maior a flutuação de preços dentro dele, então os movimentos seguintes devem ser mais intensos. E isso vale para todos os padrões que vamos aprender hoje!

Assim, um padrão gráfico que aparece em um gráfico mensal é mais significativo do que aquele que aparece apenas em um gráfico de alguns minutos.

A psicologia por trás da análise gráfica também nos ajuda a explicar esse fenômeno: quanto mais longo o período de acumulação, por exemplo, maior a quantidade de ações que foram transferidas das mãos de acionistas que não foram capazes de manter a sua posição (seja por falta de recursos financeiros ou por impaciência em aguardar o rompimento da resistência) para aqueles que realmente desejavam ter aquelas ações.

Uma última implicação importante dos retângulos é quanto a projeção que podemos fazer a partir da ruptura da sua máxima ou da sua mínima. A profundidade do retângulo pode indicar a variação que o movimento de alta ou de baixa pode atingir. Assim, podemos utilizar retângulos para traçar objetivos e stops em nossas operações!

 
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Fonte: Adaptado de Pring, M. J. Technical Analysis Explained (2014).

Ombro-Cabeça-Ombro

Este padrão gráfico, que chamaremos de OCO daqui em diante, é um dos mais confiáveis que existem para sinalizar a aproximação de uma reversão de tendência.

O OCO ocorre tanto na tendência de alta quanto na tendência de baixa (nesse caso, chamamos o padrão de Ombro-Cabeça-Ombro Invertido) e é formado por um último respiro (a cabeça) que separa dois pequenos topos (os ombros). A linha traçada entre os fundos dos dois ombros é chamada de "linha de pescoço".

O primeiro ombro representa o penúltimo avanço do mercado em direção à tendência principal e a cabeça representa o último movimento acentuado dessa tendência. O segundo ombro já é o enfraquecimento da tendência.

 
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(Observe que no caso desse OCO Invertido, as ações retornaram até a região de R$ 17,80 antes de confirmarem o movimento de alta. Por esse motivo, é importante utilizar stops nas suas operações que sejam espaçados o suficiente para aguentar essas correções após a formação de uma figura gráfica. Chamamos isso de evitar "violinadas" - que é quando uma ação cai, encerra as operações dos compradores e depois volta a subir.)

 

O sinal de compra (ou de venda) é obtido a partir da violação da linha de pescoço. Essa violação sinalizada que a série anterior de topos e fundos perdeu a sua força e que, a partir de agora, uma nova tendência está sendo formada.

Para ser considerado válido, o volume deve ser avaliado. A atividade do mercado costuma ser mais intensa na formação do primeiro ombro e tende a aumentar quando o mercado atinge o último topo (cabeça). Porém, o último ombro costuma vir acompanhado de um volume abaixo da média.

É importante aguardar o rompimento da linha de pescoço para fazer uma operação, já que só assim o padrão é confirmado.

Caso isso não aconteça, então pode ocorrer um movimento rumo à direção oposta devido à frustração do padrão técnico. Essa lógica é válida para todas as figuras que estamos aprendendo hoje e ilustra o fato de que pode ser muito arriscado tentar antecipar os movimentos. O ideal é sempre aguardar a confirmação por meio do rompimento.

💡 Lembre-se sempre de que o que dá vida ao mercado de ações são as expectativas dos compradores e dos vendedores. Se um padrão gráfico falha (por exemplo, em um OCO os preços chegam próximo a romper a linha de pescoço, mas retornam rumo à tendência principal de alta), então as expectativas desses atores ficarão comprometidas. Isso dá margem a um movimento forte rumo à direção contrária do que era esperada.

De forma semelhante ao retângulo, o objetivo de uma operação de rompimento de OCO pode ser traçada a partir da distância entre a linha de pescoço e o topo da cabeça. Assim, quanto maior a altura da cabeça, mais intenso costuma ser o movimento de reversão.

 
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Fonte: Adaptado de Pring, M. J. Technical Analysis Explained (2014).

Topos e Fundos Duplos

O topo duplo é formado por dois topos separados por uma correção dos preços. Já o fundo duplo é formado por dois fundos, também separados por uma correção dos preços.

A principal característica desse padrão gráfico é o fato de o segundo topo (ou fundo) ser formado por um volume menor do que o primeiro.

 
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É comum que dois topos (ou fundos) se formem no mesmo nível de preços, mas também pode acontecer de o segundo topo (ou fundo) ultrapassar o primeiro. Isso não descaracteriza a figura topo/fundo duplo!

O sinal de alta é observado quando, em um fundo duplo, há rompimento da linha que liga esses dois fundos com volume alto. Por outro lado, o gatilho de baixa é observado quando, em um topo duplo, há o rompimento da linha que liga esses dois topos com volume alto.

Quando você observar um fundo (ou topo) duplo e realizar a compra (ou venda) a partir desse padrão gráfico, o objetivo poderá ser projetado replicando-se a distância entre o fundo (ou topo) e a extremidade final superior (ou inferior) do padrão.

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Fonte: Adaptado de Pring, M. J. Technical Analysis Explained (2014).

Triângulo

Os triângulos são os padrões gráficos mais comuns, porém os sinais de compra ou de venda sinalizados por meio deles podem ser pouco confiáveis.

Essas figuras podem indicar tanto a consolidação de um movimento quanto a reversão e a sua principal característica é a junção de duas linhas de tendência que formam uma figura semelhante a um triângulo.

Nos triângulos simétricos, é observada uma série de dois ou mais topos sucessivamente mais baixos do que o seu antecessor. Por outro lado, a série de fundos é cada vez mais alta do que o seu antecessor. Também é possível encontrarmos triângulos-retângulos, em que a base é formada por uma linha de horizontal.

 
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O sinal de compra ou de venda é acionado quando há rompimento de uma das extremidades deste triângulo. O ideal é que este rompimento ocorra entre a metade e 3/4 de distância entre o topo mais largo e o vértice.

Além disso, o volume costuma ser baixo quando o triângulo está sendo formado e alto quando há o rompimento

Assim como nas demais figuras gráficas que aprendemos, o objetivo da operação iniciada a partir do rompimento de um triângulo pode ser obtido pela projeção da profundidade máxima desta figura após o rompimento.

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Fonte: Adaptado de Pring, M. J. Technical Analysis Explained (2014).

Conclusão e dica extra

Ufa!

O conteúdo de hoje foi extenso, mas esperamos que seja proveitoso para que você profissionalize, ainda mais, as suas operações.

Antes de encerrar, vou indicar um site muito bacana que mostra a confiança de vários padrões gráficos: o The Pattern Site, criado pelo pai das figuras gráficas - Thomas Bulkowski.

Como vimos, as figuras gráficas são construídas a partir de padrões nas expectativas dos investidores. Essas expectativas dão margem a movimentos mais intensos ou enfraquecimento dos movimentos observados no passado.

Sem dúvidas é interessante conhecer esses padrões, mas não é sempre que teremos tempo e oportunidade de avaliar ação por ação até encontrar as figuras que estão indicando boas oportunidades de compra.

A carteira recomendada pela Madai é baseada em análise de dados a partir de inteligência artificial e, por esse motivo, tem a capacidade de processar todas as informações disponíveis no mercado e entregar carteiras que levam essas expectativas em consideração.

Quer saber mais? Acesse o nosso site!

Nos próximos posts da nossa série especial sobre análise gráfica, vamos explorar mais indicadores e padrões de candlestick!

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